Hoje é o Dia Mundial da Água e também dia de denúncia: menos da metade das cidades brasileiras tem água encanada.
Parece um oceano, mas é apenas um dos rios da Amazônia. Quase 70% da água doce no Brasil estão na Região Norte, onde vivem apenas 8% da população brasileira. Esses números poderiam indicar que nessa região não falta água, mas a realidade está bem longe disso. No Norte, menos de 60% dos domicílios possuem água encanada.
No Pará, o índice é ainda menor: só a metade das casas está ligada à rede de água. No interior do
estado, as contradições são mais evidentes. Em regiões como o nordeste do Pará, banhada por vários rios, a única alternativa de abastecimento para mais de três mil famílias ribeirinhas é trazer em galões água de um poço artesiano na cidade. Isso só acontece duas vezes por semana. Viver em uma região onde tem um grande volume de água por que as pessoas estão sem água? Será por conta da poluição dos rios? De acordo com estudo feito pela UFPA 94% do esgoto do estado do Pará são lançados direto nos rios.
A família da dona de casa Nazaré do Socorro Barbosa Silva recebe 40 litros para beber e cozinhar. Para outras necessidades, o jeito é usar a água do rio, contaminado pelo esgoto. “Água para lavar roupa e tomar banho é água do rio, porque não tem poço nem água tratada aqui”, conta a dona de casa.
Em uma ilha de Belém, o abastecimento vem da água da chuva, que passa por um sistema de purificação feito com garrafas PET e luz solar. Até um ano atrás, os moradores ainda usavam água do rio para consumo. “A gente tinha até vergonha de chegar uma visita em casas e buscar uma água dessas, porque olha a qualidade da água. Agora não temos mais vergonha”, aponta à servente Rosa Teles.
Os problemas no abastecimento também atingem os paraenses que consomem a água da companhia de saneamento do estado COSANPA. Um canal recebe água do Rio Guamá, que abastece a Grande Belém. Só que, de todo o volume, metade se perde no caminho até as torneiras. O desperdício chega a três mil litros por segundo por causa de problemas na rede de distribuição.
“Quando se tem um refluxo, a rede ‘chupa’ a contaminação. Esses 50% que não são desperdiçados e chegam à nossa torneira chegam contaminados. Quer dizer, a gente está tratando uma água e ao mesmo tempo a gente contamina essa água”, afirma o geólogo Milton Matta, da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A Agência Nacional de Águas informou que o Brasil precisa investir em saneamento mais de R$ 22 bilhões até 2015. Em marabá sudeste do para as coisas não são diferentes, não se tem noticias de que exista na cidade uma única, central de tratamento de água e esgoto isso é uma vergonha.
g1.com
0 comentários:
Postar um comentário