A criação de abelhas para a produção do mel, da geleia real e derivados pode ser mais uma alternativa para as comunidades ribeirinhas. Sabendo disso o MEPA tem ajudado pequenos proprietários a explorar essa atividade da maneira tecnicamente correta.
O agrônomo da ONG MEPA, Jucelino B. de Souza, responsável pelo manejo sustentável das abelhas define essa pequena espécie assim:
Para sobreviver e assim desempenhar seu importante e reconhecido trabalho na natureza, as abelhas se organizam em uma colmeia onde cada indivíduo desempenha uma função específica, mas todas em torno de um objetivo em comum. É um comportamento que, embora seja complexo, é desempenhado de forma muito simples. Afinal, simplicidade é ponto primordial no desenvolvimento de uma atividade complexa. As abelhas entendem isso muito bem e o resultado é o sucesso do desenvolvimento e perpetuação das colmeias por milhares de anos se beneficiando e beneficiando outras espécies e até mesmo atuando diretamente na criação de novas, por meio da polinização/fecundação cruzada.
No projeto que a ONG executa constam ainda detalhes da reprodução das abelhas:
O trabalho da rainha se resume na postura de até dois mil ovos por dia. Afinal ela é a única fêmea na colmeia apta a reprodução e em dias de glória precisa manter uma colmeia com até sessenta mil abelhas. Para conseguir tal façanha ela foi projetada, pelas operárias, para nascer com um organismo capaz de atender a tais exigências. Tal projeção incluiu algumas regalias como a construção de uma realeira para o desenvolvimento larval e a exclusiva alimentação com geléia real, o alimento mais completo dentro da colmeia. A rainha desempenha, também, o papel de matenedora da ordem dentro da colmeia, pois exala o feromônio que, além de atuar como identidade para colmeia, pois cada feromônio é específico da rainha que o produz e reconhecido por qualquer abelha daquela colmeia, atua também como inibidor do desenvolvimento sexual das operárias que, embora sejam todas fêmeas, por não terem se beneficiados das regalias dirigidas à rainha não estão aptas à reprodução e quando o fazem, no caso de ausência da rainha e da impossibilidades de se produzir outra, não conseguem produzir descendentes viáveis.
Para os zangões fica o trabalho mais fácil e ao mesmo tempo mais sacrificante da colmeia. Em dias de glória quando o alimento está fácil, geralmente em períodos de grandes floradas, este indivíduo tem passe livre em qualquer colmeia não importando o cheiro (feromônio) que o distingua. Entra e sai na hora que quer e não têm nenhuma preocupação com o trabalho de produção ou manutenção das colmeias. Quando a rainha recém nascida se encontra apta à cópula, ela sai da colmeia para o vôo nupcial que, diga-se de passagem, é o único vôo que ela faz para fora da colmeia. Neste momento, entra em sena o nosso desafortunado zangão que graças ao seu super faro, consegue perceber uma rainha em vôo a até 10 km de distância. E ai começa a mais louca corrida pelo amor, pois a rainha mantém seu vôo em grandes altitudes e a velocidade muito alta o que faz com que somente os zangões mais fortes e velozes consigam a alcançar. E a estes é reservado um grande prêmio, a possibilidade de poder copular e fecundar a rainha. Contudo, a este momento de glória e deleite sobrevém um destino mais sombrio, a morte, pois no ato, o glorioso zangão perde seu aparelho reprodutor que passa a fazer parte da espermateca (bolsa que contém espermatozóides) da rainha.
Entender este comportamento é de fundamental importância para que se possa atuar positivamente no manejo destes animais. O manejo racional das abelhas leva em consideração o comportamento específico das abelhas numa abordagem do todo, entendendo que a melhor situação para a colmeia é consequência e causa da melhor situação para a abelha.
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