Um grupo de 12 alunos de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Ecologia Aquática e Pesca da Universidade Federal do Pará (Ufpa) identificou seis novas espécies de peixes no Estado, de um total de 120 coletadas durante o Curso de Campo em Ecologia Aquática, ministrado pela primeira vez na Reserva Biológica de Tapirapé (Rebiota), que fica no mosaico de Carajás, região sudeste do Pará.
Dentre as novas espécies estão três piabas com tamanho inferior a cinco centímetros que vivem em igarapés. Já no rio Tapirapé foi registrada uma nova espécie chamada de cacunda ou piaba corcunda, que apresenta tamanho aproximado de 15 centímetros e vive nos locais de remanso do rio.
Foi encontrada ainda uma espécie nova de piranha, também coletada no rio Tapirapé, e um Pacu de corredeira, que habita o rio Itacaiúnas. A nova espécie que mais chamou a atenção do pesquisador é o pacu, que pode alcançar até 40 centímetros de comprimento e pesar até cinco quilos. “Esta espécie pertence à subfamília dos Serrasalminae, que representa os peixes conhecidos como piranhas e pacu”, destaca o pesquisador Tommaso Giarrizzo, que coordenou o curso, vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas da Ufpa.
A nova espécie de pacu foi capturada em corredeiras, nas imediações de afloramentos rochosos. “Os primeiros resultados indicam que este pacu passa a totalidade da vida nestes ambientes de corredeiras sendo, portanto, sensível a potenciais impactos de represamento do rio”, ressalta Giarizzo.
Todas as novas espécies estão sendo descritas pela equipe de pesquisadores do Grupo de Ecologia Aquática da UFPA, sob a orientação do de Tommaso. Segundo ele, a nova espécie de pacu será descrita em um dos capítulos da dissertação de mestrado do Engenheiro de Pesca Marcelo Andrade e ainda através de artigo que será publicado em uma revista internacional de alto impacto chamada Zootaxa. “Trata-se de uma respeitada publicação científica de revisão por pares, que existe desde 2001 e que até 2010 havia divulgado mais de 16.000 artigos sobre novas espécies para toda a comunidade científica mundial”, ressalta.
O professor Dr. Tommaso Giarrizzo informou ainda que, paralelamente, através de projeto aprovado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) - Carajás, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), “haverá novos levantamentos de peixes de todo o mosaico e será gerado um catálogo inédito para divulgação das espécies dessa região”.
A expectativa de Tommaso Giarrizzo é que novas espécies ainda sejam descobertas no mosaico de Carajás. “Os peixes são um grupo de animais ainda pouco conhecido na Amazônia. Somente para ter um exemplo, no Brasil, nos últimos 10 anos, foram descritas aproximadamente 1.000 espécies de peixes de água doce. Por isso, aumentando o esforço de coleta com novas expedições, será possível encontrar novas espécies, sim, na área da rebiota”, disse.
(Diário do Pará)
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